
Compreender o peso
E se tudo o que sabe sobre o peso estiver errado?
O que eles não sabem
"Toda a vida andei nesta luta, entre o engorda/emagrece" - Clarisse
Sempre tive excesso de peso, apesar de ser uma criança ativa. Passei toda a infância a fazer dietas.
Foi na fase de entrada para a faculdade que tive o primeiro “embate”, pois nos exames médicos para o curso superior de enfermagem, disseram-me que não era possível ter um profissional de saúde com excesso de peso - não podia ser uma enfermeira gorda. Fui-me um pouco abaixo. Toda a vida andei nesta luta, entre o engorda/emagrece, embora ainda não tivesse obesidade.
Acabou por correr tudo bem: entrei na faculdade no ano a seguir e acabei por ser enfermeira.
Foi na 2ª gravidez que me comecei a debater com a obesidade, devido a uma série de fatores. Andava sempre entre os 70 e os 80 quilos, mas acabei por chegar aos cento e muitos.
Na 3ª gravidez não aumentei de peso, fui muito controlada, mas quando acabou a amamentação continuei a aumentar de peso. Quando cheguei aos 136Kg disse “chega!”, não vou continuar por aí fora.
Trabalhava nas urgências de pediatria em cuidados intensivos neonatais e pediátricos, em duplo emprego. Implicava um esforço muito grande e embora tivesse muita agilidade, fiquei com muitas sequelas a nível ósseo e nas articulações.
Imaginem este peso em garrafões de água. É tentar imaginar com quantos garrafões de água andava eu às costas a trabalhar.
Exigia tanto esforço, que chegava a casa e não conseguia brincar com os meus filhos, tal era o cansaço.
Agora tenho uma autoestima muito maior do que aquela que tinha quando tinha excesso de peso.
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O que eles não sabem
"Apertar sapatos com atacadores é outra barreira comum para quem vive com obesidade. Não conseguimos chegar aos atacadores e só a tentativa magoa." - Carlos
A obesidade implica muitas mudanças na nossa vida, sobretudo a nível funcional do corpo, pois levantam-se uma série de desafios em fazer coisas aparentemente simples, do quotidiano.
Quando tinha 156 Kg deparei-me, por exemplo, com a questão das cadeiras de plástico nas esplanadas. Não conseguia sentar-me sem as partir.
Outro grande obstáculo foram as refeições nas cadeiras dos aviões, pois as mesas não baixavam, tal era o tamanho do corpo.
Apertar sapatos com atacadores é outra barreira comum para quem vive com obesidade. Não conseguimos chegar aos atacadores e só a tentativa magoa. Recorrer à utilização de atacadores elásticos e calçadeiras passou a ser normal.
Os cintos de segurança são outro desafio. Há muitas pessoas que não conseguem apertar o cinto de segurança do carro ou do avião. Os extensores de cintos de segurança passam a ser um objeto indispensável.
É complicado viver com obesidade. Só quem vive com aquele volume de corpo é que consegue perceber a dificuldade em resolver as questões do quotidiano.
As boas notícias são que a obesidade pode ser controlada. Sabemos que a alteração comportamental é fundamental, e hoje também temos várias formas que nos podem ajudar na perda de peso e no controle do mesmo.
Nota: Carlos Oliveira é presidente da Adexo – Associação de Pessoas com Obesidade. Esta associação apoia e acompanha o trabalho de diversos centros de investigação, como por exemplo, o Centro Rockfeller, o Centro Gulbenkian de Ciência, a Universidade de Oxford, a Universidade de Cambridge e a Universidade de Camberra, que desenvolvem estudos focados na obesidade.
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O que eles não sabem
"Passo horas no parque com o meu filho, e custa-me muito ficar em pé horas a fio."- Claúdia
Eu tive tendência a ter excesso de peso desde criança, mas na casa dos 20 consegui ultrapassar esta questão e cheguei a perder o peso que tinha a mais.
Quando fui mãe, engordei 49kg, tendo chegado aos 113kg. Alguns já perdi, outros ficaram. Passados dois anos, e sendo mãe a tempo inteiro, passo horas no parque com o meu filho, e custa-me muito ficar em pé horas a fio. Subir e descer o escorrega com ele é um desafio enorme, ou até mesmo ter de andar atrás dele quando anda no triciclo. O cansaço chega em instantes, e fica mesmo difícil de o acompanhar.
Nunca mais usei saltos altos, porque me doem demasiado os pés e as pernas - e confesso que tenho medo de que os saltos não aguentem comigo. Já para não falar na questão da roupa - é um desafio encontrar tamanhos grandes.
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O que eles não sabem
"Por vezes temos de mudar também nós o estilo de vida para ajudar e tentar tornar mais fácil o dia-a-dia de quem está a "lutar" para perder peso." - Ana
Falar de obesidade não sofrendo da doença não é propriamente fácil. Apenas posso falar por conviver com pessoas que vivem com obesidade.
Todos os dias são uma batalha e um desafio. Por vezes temos de mudar também nós o estilo de vida para ajudar e tentar tornar mais fácil o dia-a-dia de quem está a "lutar" para perder peso.
Muitos fatores podem levar à obesidade.
Lutar para diminuir a obesidade não é um dever apenas de quem sofre da doença, mas de toda a sociedade. Ajudar quem está próximo de nós, e não só.
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O que eles não sabem
"Saber pedir ajuda é fundamenta!" - Ana
Falar de obesidade e de mim como uma pessoa com a doença, nunca foi fácil. Sempre fui uma pessoa escondida, refugiada em casa, excluída de tudo e de todos. Levei anos até conseguir assumir os altos e baixos. As roupas largas, fugir da praia e até de estar com a minha família e amigos.
Comer com a família e os amigos sempre foi o meu verdadeiro “drama”.
Sempre tive dificuldade em comer em público, por não saber se estava a controlar-me em demasia, ou até mesmo a descontrolar-me e comer demais.
Ninguém pode compreender, sem sentir na pele, o que significa estar emocionalmente dependente de comida.
Apesar de todas as dificuldades, hoje consigo acreditar mais em mim.
Saber pedir ajuda é fundamental!
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O que eles não sabem
"Querer correr atrás do meu filho de 3 anos, acompanhá-lo no parque infantil e brincar num escorrega ou no baloiço, tornaram-se coisas impossíveis." - João
Uns anos depois de ser pai, senti realmente o que é sofrer com a doença.
Querer correr atrás do meu filho de 3 anos, acompanhá-lo no parque infantil e brincar num escorrega ou no baloiço, tornaram-se coisas impossíveis.
O cansaço era visível em questão de minutos. Mais do que a questão física, emocionalmente afetou-me ver outros pais a brincarem normalmente com os seus filhos e eu, impotente, sem conseguir brincar com o meu.
A minha relação com a comida sempre foi de amor e ódio.
Não é só comer, é não saber parar e estar emocionalmente satisfeito. Sinto que nunca estou satisfeito e não consigo parar.
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O que eles não sabem
"Um lanço de escadas para a minha mãe significa quase um quilómetro." - Pedro
Não sofro de obesidade, diretamente. Sempre convivi com a doença da minha mãe.
Acompanhei desde cedo o drama de alguém que tinha muita dificuldade em andar, cuidar dos filhos, fazer coisas tão simples como ir ao supermercado e voltar com as compras. No início, por ser muito jovem, não consegui ajudar nas principais tarefas. Hoje sou cuidador.
Tomo conta da minha mãe por saber que ela não tem condições para tomar conta de si. Não consegue realizar as tarefas simples do dia-a-dia, como por exemplo tomar banho sozinha, ir à farmácia comprar medicação, descer as escadas do prédio sem se cansar de imediato.
Um lanço de escadas para a minha mãe significa quase um quilómetro.
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