Com 50 anos, Ricardo Paio decidiu que precisava de virar a página.
Após uma cirurgia ao apêndice que realizou há cerca de 10 anos e a
medicação que tomou no seguimento da mesma, o seu metabolismo ficou
afetado e passou dos 80 para os 130 quilos. A bem da sua saúde,
tem-se empenhado em voltar ao seu peso ideal. Está determinado e
acredita no processo.
Comecei a aperceber-me do excesso de peso depois de uma
apendicectomia que realizei há cerca de 10 anos. Após a mesma passei
dos 80 para os 130 quilos. Este aumento deveu-se sobretudo ao
stress e excessos, mas também está relacionado com a medicação
que tomei na sequência da operação, que acredito que tenha afetado o
meu metabolismo.
Ainda não consegui voltar ao peso ideal… mas vou lá chegar! Não
desisto. A única coisa que não quero fazer para já é a cirurgia
bariátrica, porque a primeira correu mal e todas têm os seus riscos.
Para além disso, tive um enfarte há 3 anos.
Mesmo estando a tentar perder peso as críticas continuam, mas tento
levar na brincadeira. Se não fosse assim a minha autoestima teria sido
muito mais afetada. A verdade é que no fundo custa, porque se estamos
a fazer o sacrifício de cortar na alimentação, quando gostamos de
comer e beber bem, e mesmo depois de fazermos estas cedências todas,
chegamos a um almoço com um grupo de amigos e percebemos que estão a
fazer apostas sobre o nosso peso, magoa um bocadinho.
Lidar com a crítica e com os amigos deve ser levado de uma forma
descontraída porque a maior parte das pessoas não se apercebe disto.
As pessoas não se apercebem que a obesidade é uma doença e que pode
estar relacionada com o próprio metabolismo. Efetivamente não percebem
os sacrifícios que fazemos pela gestão do peso.
É muito frustrante termos feito dieta durante 15 dias e acharmos que
perdemos uns 2 quilos e, quando chegamos à balança, aumentámos 1
quilo. Dá vontade de atirar tudo para o ar e ir buscar uma tablete de
chocolate ou um gelado.
É obvio que gostávamos de ter uma aparência elegante, gostávamos de
olhar para o nosso guarda-roupa e estarmos a vestir um L, no limite um
XL, ao invés de estarmos a vestir um XXXL. Neste momento consegui
passar para o XL, XXL, o que é bom e me deixa contente, embora saiba
que há muito trabalho pela frente.
Acho que o meu ponto de viragem foi quando senti que o meu peso me
estava a impedir de fazer coisas de que gostava, como praticar
desporto. Sentia-me cansado, estava sem energia para fazer exercício e
notava que o excesso de peso me estava a prejudicar ainda mais nas
lesões dos joelhos. Não foi tanto o aspeto físico, pois sempre tive
uma constituição larga por causa do desporto. Embora eu gostasse que a
barriga desaparecesse, a minha motivação tem mais a ver com questões
de saúde do que estéticas.
Os avanços e recuos têm de ser trabalhados porque a frustração vai-se
instalando, durante o processo de gestão de peso. Ser bem acompanhado
a nível médico, ter uma equipa que nos ajuda a reaprender a comer, ter
uma psicóloga que nos ajuda a lidar com o insucesso e seguir o nosso
plano de tratamento, é essencial.
Para quem também esteja a procurar mudar: não desistam e não tenham
medo de pedir ajuda.