Ano novo, vida nova: os segredos da Tia Cátia para uma alimentação
equilibrada e feliz
Tão importante quanto usar especiarias ou aprender a substituir
ingredientes para compor refeições saborosas e saudáveis, é saber
apreciá-las. É essencial afastar a culpa quando se cometem excessos
alimentares, abraçar o momento de partilha à volta da mesa e
permitir-se estar alegre: estas atitudes também ajudam na missão de
ter uma alimentação equilibrada pela vida fora. Neste artigo, Cátia
Goarmon, ou Tia Cátia, nome pelo qual é conhecida nos programas de
culinária, partilha segredos e estratégias para que o seu próximo
ano não seja apenas saudável, mas também (ainda) mais feliz.
“Procurem o médico já amanhã. É aquilo que eu digo. Já o devia
ter feito há muito mais tempo.”
-Miguel Paiva
Uma alimentação equilibrada todo o ano
O início do ano é sempre o momento em que decidimos “arrumar a casa”.
Altura em que arrumamos literalmente a casa, mas também a
cabeça, o que para mim é fundamental. O facto de nos últimos dias do
ano as pessoas tenderem a comer de forma exagerada, até porque tudo à
nossa volta o incentiva, pode levar à necessidade de se fazer uma
espécie de detox. Aqui é essencial definir metas: decidir que a
partir de 3 de janeiro, por exemplo, vamos ter uma alimentação mais
saudável e, para isso, é preciso “limpar o frigorífico”. Mais do que
seguir uma dieta muito restritiva a partir de janeiro — o que só
funcionará durante algumas semanas — o importante é seguir uma
alimentação equilibrada e sustentável durante todo o ano.
Sou apologista de que deve haver um dia por semana para fazer uma
“folga” de todo e qualquer regime. Ter uma alimentação regrada durante
seis dias e, no sétimo, comer o que nos apetece. Estar à mesa, beber
um vinho, libertar-nos da culpa. Considero isso fundamental. Sabermos
que estamos a fazer uma asneira, mas que nos vai saber muito bem — vai
saber bem à alma.
No Natal acontece o mesmo. Não são aqueles cinco dias que farão uma
diferença enorme. São os outros 360. É uma questão de gestão das
emoções. Nesses dias é importante alimentarmos a alma. Até porque se a
pessoa se sentir culpada por comer pode ficar deprimida. Se ficar
deprimida vai querer comer para compensar e pode aumentar de peso,
acabando por se sentir mais infeliz. É um círculo vicioso. É preciso
fazer um compromisso connosco: se nos libertarmos da culpa, depois das
festas podemos estar mais felizes e com maior capacidade para, a
partir de janeiro, abraçar outra etapa da vida e adotar hábitos mais
sustentáveis, ou seja, uma alimentação mais equilibrada.
Alimentação equilibrada é para a vida
Nunca me achei magra, mas agora olho para trás e percebo que era
magra e não sabia. Sempre tive “peso”… mas enquanto as minhas amigas
tinham 50 quilos, eu pesava cerca de 68 quilos. Na altura, o que eu
via nos olhos dos outros, da sociedade, era uma acusação. Era como se
dissessem: “Pesas mais de 50 quilos, és gorda.” Se a pessoa tinha mais
curvas ou era mais torneada, também não encaixava. Era o estereótipo.
Portanto, sempre tive uma imagem um pouco distorcida.
Fiz várias dietas muito violentas: só comia proteína ou só comia
sopa… Na realidade, estas “dietas” não duravam muito – não são
sustentáveis – e só acabavam por me fazer mal. Finalmente, percebi que
o importante é ter uma alimentação equilibrada que nos acompanhe pela
vida toda.
Rentabilizar a sopa
Quando era miúda, sempre houve salada e sopa à nossa mesa, mas éramos
muitos, e a alimentação era a chamada “comida de tacho”. Na altura,
nem era comum fazer-se um bife grelhado. Éramos dez à mesa, quem é que
ia cozinhar isso? Hoje as famílias nucleares são muito mais pequenas,
pelo que é mais fácil seguir esse tipo de dieta. Na nossa família, no
entanto, sempre houve cuidado com a alimentação, até porque o meu pai
tinha excesso de peso. A minha mãe estava sempre muito atenta.
Começávamos sempre com uma sopa. É fundamental.
Tenho um truque para que a sopa fique saborosa, mais saudável e
sirva para saborear noutros momentos:
- Primeiro coloco num tacho o alho francês, a cebola, um talo de
aipo e ligo o lume;
- Junto abóbora, nabo, chuchu ou curgete, acrescento sal e tapo o tacho;
- Quando os legumes estão todos cozidos junto uma boa quantidade
de água a ferver;
- Depois de levantar fervura, deixo mais 15 minutos… e está feito!
Antes de triturar a sopa retiro algumas conchas de água e guardo-as
num frasco. Este caldo serve para fazer arroz, que fica muito mais
saboroso do que apenas com água. Serve também para beber quando nos
apetece, por exemplo, algo salgado: basta retirar do frigorífico,
colocá-lo numa caneca e aquecer no micro-ondas. Já quando a sopa está
triturada e pronta, divido-a em duas partes: numa posso juntar um
pouco de manjericão e quatro ou cinco tomates secos; na outra, posso
acrescentar espinafres. Assim, com a mesma base temos duas sopas diferentes.
Ter legumes assados sempre à mão
Tenho uma alimentação muito cuidada. Por exemplo, não faço fritos.
Também não temos bolachas ou cereais em casa, para evitar comer este
tipo de alimentos de forma regular.
Por outro lado, um hábito que tenho é o de preparar legumes assados
para ficarem no frigorífico. Uso muito o forno porque permite que o
sabor dos alimentos fique mais intenso. Se tiver mais sabor, sacia
mais. Não se fica com a sensação de estar a comer só por comer. Faço
muito isto: coloco papel vegetal sobre o tabuleiro do forno e, depois,
vou fazendo filas de legumes — uma de pimentos, outra de cebola,
beringela, cenoura, abóbora… Tempero com ervas aromáticas e um pouco
de azeite. Uso azeite em spray porque ao pulverizar,
permite-nos usar uma menor quantidade de gordura.
Quando os legumes estão assados, separo-os em caixas: numa guardo a
cebola e a cenoura, noutra a beringela, etc. No dia a dia uso-os em
vários pratos. Por exemplo, para fazer uma quiche basta juntar seis
ovos aos legumes guardados, acrescentar atum escorrido ou frango
desfiado, colocar num pirex e levar ao forno. Fica ótimo.
Arrisque nas especiarias
Quando se cozinha, o ideal é usar muitas especiarias porque vão
tornar o prato mais saboroso. Cominhos, curcuma, orégãos.... Podemos
abusar das especiarias e das ervas aromáticas. Nas saladas, por
exemplo, fazem a diferença.
Tenho sempre no frigorífico, por exemplo, frango temperado com
orégãos, outras especiarias ou limão. Em qualquer momento, posso levar
o frango temperado ao forno e, numa refeição, sirvo-o com os legumes
que tenho guardados e arroz (tenho sempre arroz preparado); noutra
refeição desfio-o e salteio-o com arroz, misturo ovo mexido e faço um
Arroz Primavera. O meu conselho é utilizar sempre frigideiras
antiaderentes porque nos permitem usar menos gordura.
Outro dos ingredientes a que mais recorro é ao alho em pó. O alho
fresco é fantástico, mas pode não ser prático. Também adoro paprica
fumada que, por ser feita em fumeiro, tem um sabor que lembra o chouriço.
Substitua as natas e a maionese por alternativas criativas
Agora, imagine-se que compramos camarões para uma entrada. Em vez de
usar maionese, junto abacate com iogurte magro, acrescento concentrado
de tomate, sal, pimenta e um dente de alho. Ainda posso juntar uma
colher pequena de mostarda ou de paprica fumada. Tritura-se tudo. Fica
a melhor “maionese” de sempre.
No caso de um bacalhau com natas é possível fazê-lo sem natas,
substituindo-as por uma espécie de bechamel light feito de
bebida de amêndoa com amido de milho, como se fosse Maizena. Depois
cozinha-se o bacalhau com muita cebola, legumes, muitos coentros e, no
fim, coloca-se por cima um pouco de broa.
Dê uma vida nova às bananas maduras
No caso das sobremesas, um bom hábito é congelar bananas. Sabemos
que, quando começam a ficar maduras, já ninguém as quer comer. Assim,
para não as deitar fora, junto às bananas congeladas outra fruta
também congelada (morangos, frutos silvestres), junto-lhes iogurte
natural e ponho tudo num processador. Acreditem: fica um gelado ‘fora
de série‘.
Rui Marques e o seu papel enquanto pai: “Quero ser um exemplo para os
meus filhos”
Foi quando nasceu o seu primeiro filho que Rui Marques, de 36 anos,
percebeu que tinha de mudar. Tinha cerca de 120 quilos e sentia que
corria todos os dias com 6 garrafões de água nas mãos. Defende que os
pais têm de ter um papel forte na criação de hábitos saudáveis dos seus
filhos e que devem também dar o exemplo. Foi a pensar nisto que criou o
projeto “A Pitada do Pai” em 2016, tendo como objetivo transformar pais
em heróis saudáveis para os mais novos.
O “fato novo” de Marisa Oliveira: “Transformei o meu caso em milhares de casos”
Marisa Oliveira tem 41 anos e depois de duas cirurgias bariátricas
conseguiu recuperar o controlo sobre o seu peso. Foi mãe aos 17 anos, em
1997, e foi durante a gravidez que engordou cerca de 60 quilos. Depois
disso, colocou uma banda gástrica, mas o resultado não foi o esperado.
17 anos depois, já em 2014, colocou um bypass gástrico e decidiu que
queria transformar o seu caso em milhares de casos, ajudando mais
pessoas na sua situação.
O “clique” de Miguel Paiva: “Tinha que fazer alguma coisa por mim”
Incentivado pelo objetivo de estar presente para acompanhar o
crescimento do seu filho de 9 anos, contactou a APOBARI, marcou uma
consulta e foi submetido a uma cirurgia bem sucedida. Desta vez, tinha
mesmo de mudar de vida e vencer a obesidade.
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