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Viver com Obesidade | 3 min. leitura

A motivação de Vasco Matos para procurar acompanhamento médico para a obesidade

Quando, há quatro anos, atingiu 112 quilos, Vasco Matos sentiu que o seu peso estava a afetar demasiado a sua vida. Percebeu então que era urgente mudar a sua relação com a comida para ser mais saudável e feliz. Teve a coragem de procurar ajuda médica para fazer esta mudança e, desde então, sente que retomou o controlo. Leia aqui o testemunho do Vasco, na primeira pessoa.

"Era na comida que encontrava o meu escape"

Sempre fui uma pessoa estruturalmente forte, até porque, desde cedo, a minha mãe achava que se eu não comesse ficava um “trinca-espinhas”.

Não há dúvida que gosto de comer. Fui habituado a comer bem e a apreciar a “boa comida”. Durante largos anos, fui tendo uma vida muito intensa e ativa, tendo chegado a ser atleta federado. No entanto, à medida que a idade avançava, a atividade física diminuiu, o stress aumentou, mas a vontade de comer manteve-se. Na realidade, fui-me apercebendo que mantinha inalterável o hábito de consumir muitas calorias e não fazia nada para as gastar. Nos últimos anos, a minha vida passou a ser mais sedentária, menos ativa e muito mais stressante. Quando chegava a casa, a primeira coisa que tinha em mente era comer. O descontrolo foi grande e difícil de contrariar. Digamos que era na comida que encontrava o meu “escape”.

A partir de 2016, comecei mesmo a engordar muito e cheguei a pesar 112 quilos, com tendência a subir. Não me sentia bem comigo próprio, mas o “escape” continuava a ser o “prazer da comida”. Comecei a receber críticas, especialmente da minha esposa. O corpo dava cada vez mais sinal de que a situação não era boa: imperava o cansaço fácil, as dores nas articulações e nem a noite era de descanso. Não foi um período fácil e senti que precisava de ajuda.

Procure um tratamento para a obesidade

A partir desse momento, e com acompanhamento médico, consegui inverter o caminho em que me encontrava. Tive uma sorte imensa em poder contar com a excelente equipa médica multidisciplinar que me acompanha. Estabeleceram-se várias metas credíveis ao longo do tempo e isso fez-me sentir que “era capaz de lá chegar”. Claro que também é preciso uma grande dose de força de vontade e acreditarmos em nós.

Não há dúvida que um dos obstáculos a ultrapassar é a nossa mente. O principal é ter a cabeça “limpa” e ter foco. Sempre focado nos objetivos traçados com a equipa médica. Dessa forma, tenho inclusivamente conseguido controlar melhor o stress e a ansiedade que, de alguma forma, também me acompanhavam e transtornavam. Hoje consigo controlar-me de uma maneira completamente diferente e vejo a comida com outros olhos. Voltei a correr… As coisas entraram noutro ritmo. É outra forma de estar na vida. E sempre posso fazer uma “asneira” de vez em quando.

Encontre o equilíbrio e controle a fome emocional

A minha família acompanhou-me ao longo de todo o processo e tornou tudo mais fácil. Cada vez que me via ao espelho, via a diferença. O guarda-roupa voltou aos números “normais”.

-Vasco Matos

Consegui encontrar um agradável equilíbrio. Efetivamente, devemos encarar as coisas de uma forma controlada e focada. Não procurar apenas satisfação através da comida. Devemos procurar satisfação e felicidade noutras coisas, como conversar e sair com a família, ouvir música, ler e mesmo ver televisão, mas, atenção, sem "acompanhamentos". Manter uma vida ativa, não ser sedentário, fazer exercício, também é uma ajuda no tratamento da obesidade. Nem que seja uma simples caminhada diária.

Temos de saber que somos nós que estamos no controlo e não o contrário. Desta forma, posso afirmar que me sinto muito mais feliz e livre para apreciar as “coisas boas” da vida.

PT22OB00147

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