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OBESIDADE ALÉM DA PERDA DE PESO SAÚDE CARDIOVASCULAR

O perímetro da sua cintura pode ajudar a estimar o risco de doenças cardiovasculares – Descubra como

4 min. leitura

Quando se trata da avaliação da composição corporal e da identificação da obesidade, métodos tradicionais como o Índice de Massa Corporal (IMC) costumam ser os mais utilizados. No entanto, este indicador não deve ser considerado como ferramenta única para medir os riscos associados à obesidade. É importante ir mais além - conheça a razão.

Pessoa com obesidade a andar de bicicleta num parque.

O IMC é frequentemente utilizado para medir os riscos para a saúde associados à obesidade, devido à sua facilidade de cálculo e interpretação. Normalmente, à medida que o IMC aumenta, também aumenta o risco de problemas de saúde. No entanto, algumas pessoas podem apresentar um IMC "normal" (entre 18,5 e 24,9 kg/m²) e, ainda assim, ter uma quantidade elevada de gordura corporal, particularmente na zona abdominal.

Assim, embora o IMC possa ser utilizado para rastrear a obesidade, não mede a distribuição da gordura corporal. A forma como a gordura está distribuída pode indicar o risco de uma pessoa desenvolver condições relacionadas com o coração, das quais pode não estar ciente. Além disso, a relação entre o IMC e os fatores de risco cardiovascular pode variar consoante a etnia. Por exemplo, as populações asiáticas tendem a ter um risco aumentado de condições cardíacas a um IMC mais baixo do que as populações caucasianas.

Para contornar as possíveis limitações do IMC e proporcionar uma compreensão mais abrangente dos riscos associados à obesidade, podemos utilizar a Relação Cintura-Altura (RCA). Esta avaliação resulta da divisão entre o perímetro da cintura e a altura para identificar o risco cardiovascular associado à obesidade. Ao dividir o perímetro da sua cintura pela sua altura, esta razão fornece informações sobre como a gordura está distribuída pelo corpo - particularmente a gordura visceral (abdominal) - que pode conduzir a condições graves de saúde como doenças cardiovasculares (DCV), diabetes e hipertensão (pressão arterial elevada).

Calcule a sua Relação Cintura-Altura

Métrico Imperial
Métrico / Imperial

O que é a ‘gordura visceral’ e como se relaciona com a obesidade?

A Relação Cintura-Altura avalia especificamente a razão entre o perímetro da cintura e a altura, para aferir a quantidade de gordura acumulada na região abdominal.
Esta gordura pode ser categorizada em dois grupos:

  • Gordura subcutânea: em adultos, tipicamente, a gordura subcutânea representa cerca de 85% de toda a gordura do corpo e encontra-se logo abaixo da pele.
  • Gordura visceral: esta encontra-se mais profundamente no corpo e envolve os órgãos internos, como o estômago, fígado e intestinos. Em adultos saudáveis, geralmente representa os outros 10-15% de toda a gordura do corpo.

A gordura visceral é diferente da gordura subcutânea em vários aspetos:

  • Níveis mais elevados de substâncias nocivas: produz mais substâncias que causam inflamação, o que pode causar danos em vários órgãos ao longo do tempo.
  • Menos hormonas benéficas: a gordura visceral também produz menos hormonas, como a leptina, que podem ajudar a regular o seu apetite e a manter o seu corpo saudável.

Elevados níveis de gordura visceral podem tornar-se problemáticos, devido aos seguintes fatores:

  • Diminuição da sensibilidade à insulina: o que pode levar à resistência à insulina e aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
  • Aumento da decomposição da gordura: o excesso de gordura visceral decompõe-se mais facilmente, libertando mais ácidos gordos na corrente sanguínea.

Ao estimar a gordura abdominal, a Relação Cintura-Altura pode proporcionar uma indicação do seu risco de outras condições graves associadas à obesidade, como DCV. Embora os limiares para os níveis de risco estejam bem definidos, uma regra geral é manter o perímetro da sua cintura abaixo de metade da sua altura, para ajudar a reduzir o risco de desenvolver potenciais problemas de saúde.

Se está preocupado(a) com o seu risco cardiovascular ou quer saber mais sobre o impacto da obesidade no seu coração, explore os artigos abaixo ou procure um médico para o(a) ajudar na sua jornada de gestão do peso.

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Gerir o peso não tem de ser um caminho solitário

Referências
  1. Twells LK, Janssen I, Kulk JL. Canadian Adult Obesity Clinical Practice Guidelines: Epidemiology of Adult Obesity. Disponível em: https://obesitycanada.ca/guidelines/epidemiology. Último acesso: abril 2025.
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  3. Jill Jin, M. (2013) Obesity and the heart, JAMA. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/1779537. Último acesso: abril 2025.
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  5. Ashwell, Margaret. (2011). Charts Based on Body Mass Index and Waist-to-Height Ratio to Assess the Health Risks of Obesity: A Review. The Open Obesity Journal. 311. 78-84. 10.2174/1876823701103010078.
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  7. Visceral fat: What it is & how to get rid of it (2024) Cleveland Clinic. Disponível em: https://my.clevelandclinic.org/health/diseases/24147-visceral-fat Último acesso: abril 2025. 

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