Quando era miúda, sempre houve salada e sopa à nossa mesa, mas éramos
muitos, e a alimentação era a chamada “comida de tacho”. Na altura,
nem era comum fazer-se um bife grelhado. Éramos dez à mesa, quem é que
ia cozinhar isso? Hoje as famílias nucleares são muito mais pequenas,
pelo que é mais fácil seguir esse tipo de dieta. Na nossa família, no
entanto, sempre houve cuidado com a alimentação, até porque o meu pai
tinha excesso de peso. A minha mãe estava sempre muito atenta.
Começávamos sempre com uma sopa. É fundamental.
Tenho um truque para que a sopa fique saborosa, mais saudável e
sirva para saborear noutros momentos:
- Primeiro coloco num tacho o alho francês, a cebola, um talo de
aipo e ligo o lume;
- Junto abóbora, nabo, chuchu ou curgete, acrescento sal e tapo o tacho;
- Quando os legumes estão todos cozidos junto uma boa quantidade
de água a ferver;
- Depois de levantar fervura, deixo mais 15 minutos… e está feito!
Antes de triturar a sopa retiro algumas conchas de água e guardo-as
num frasco. Este caldo serve para fazer arroz, que fica muito mais
saboroso do que apenas com água. Serve também para beber quando nos
apetece, por exemplo, algo salgado: basta retirar do frigorífico,
colocá-lo numa caneca e aquecer no micro-ondas. Já quando a sopa está
triturada e pronta, divido-a em duas partes: numa posso juntar um
pouco de manjericão e quatro ou cinco tomates secos; na outra, posso
acrescentar espinafres. Assim, com a mesma base temos duas sopas diferentes.