Sempre fui uma pessoa estruturalmente forte, até porque, desde cedo, a minha mãe achava que se eu não comesse ficava um “trinca-espinhas”.
Não há dúvida que gosto de comer. Fui habituado a comer bem e a apreciar a “boa comida”. Durante largos anos, fui tendo uma vida muito intensa e ativa, tendo chegado a ser atleta federado. No entanto, à medida que a idade avançava, a atividade física diminuiu, o stress aumentou, mas a vontade de comer manteve-se. Na realidade, fui-me apercebendo que mantinha inalterável o hábito de consumir muitas calorias e não fazia nada para as gastar. Nos últimos anos, a minha vida passou a ser mais sedentária, menos ativa e muito mais stressante. Quando chegava a casa, a primeira coisa que tinha em mente era comer. O descontrolo foi grande e difícil de contrariar. Digamos que era na comida que encontrava o meu “escape”.
A partir de 2016, comecei mesmo a engordar muito e cheguei a pesar 112 quilos, com tendência a subir. Não me sentia bem comigo próprio, mas o “escape” continuava a ser o “prazer da comida”. Comecei a receber críticas, especialmente da minha esposa. O corpo dava cada vez mais sinal de que a situação não era boa: imperava o cansaço fácil, as dores nas articulações e nem a noite era de descanso. Não foi um período fácil e senti que precisava de ajuda.