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Psicologia Obesidade

8 formas de lidar com o stress que podem ajudar na gestão do peso

Quando estamos a passar por períodos de mudança é normal sentirmo-nos stressados/as ou, até, que estamos a perder o controlo. O processo de gestão do peso, com os desafios que lhe estão associados, pode ser um desses momentos, constituindo uma fonte de stress. Existem, contudo, estratégias que poderá utilizar para lidar com estes obstáculos de uma forma mais saudável. Partilhamos consigo algumas destas soluções, que o/a podem ajudar a manter a calma e recuperar o controlo.

Woman speaking to doctor

Fazer uma atividade relaxante pode ajudar-nos a lidar com o stress diário. Fonte: ECPO Media Center

Sabia que o stress pode, curiosamente, ajudar no processo de motivação e constituir até uma ferramenta de sobrevivência?  No entanto, se for em demasia - acumulado durante um longo período - pode afetar negativamente a sua saúde. Aprenda a reconhecê-lo, ficando a conhecer alguns sintomas de stress ligeiro:

  • Dificuldade em dormir
  • Inquietação
  • Sensação de "borboletas" no estômago

O problema do stress é que, muito frequentemente, está relacionado com coisas que ainda não aconteceram. Preocupamo-nos com reuniões, com o início de um novo emprego ou até com o futuro de uma relação. É difícil controlar o que vai acontecer no futuro, mas podemos controlar como responder aos sentimentos que o stress nos provoca.

Para algumas pessoas, comer “guloseimas” ou outros alimentos altamente calóricos, pode ser uma forma de lidar com o stress. Embora possa parecer satisfatório naquele momento, esse comportamento pode levar ao aumento ou estagnação do peso. Com o tempo, pode também levar ao risco de desenvolver obesidade.

Neste artigo partilhamos 8 estratégias para o/a ajudar com o stress que pode surgir associado a um processo de gestão do peso.

#1 Identificar a causa

É essencial tentar perceber o que está a desencadear ou causar a sua preocupação. Existem situações ou questões específicas que o deixam stressado/a?

Depois de identificar a causa, procure perceber se há algo que possa fazer para diminuir essa preocupação. Escrever o que pode fazer poderá ser benéfico, já que ajuda a tornar mais concreto o seu plano de ação. Se identificarmos que o que está na origem do nosso stress é, por exemplo, o excesso de trabalho, podemos decidir falar com o/a nosso/a chefe ou equipa acerca de uma eventual redistribuição de tarefas.

#2 Compreender como reage ao stress

Compreender a causa é uma boa ideia, mas também é importante perceber como reagimos ao stress. Observar como nos comportamos nessas situações pode ser muito útil. Experimente registar essas observações num diário, o que poderá ajudá-lo/a identificar padrões.          

Dessa forma, poderá aprender como costuma reagir, bem como adotar novas formas, mais saudáveis, de lidar com situações de stress.

#3 Mexer-se mais

O exercício físico pode fazer-nos sentir bem e melhorar o humor. Quando se sentir stressado/a, experimente fazer atividades físicas de que goste.

O ideal é reservar 30 minutos por dia para se mexer mais, podendo, por exemplo, fazer uma simples caminhada.<br>FONTE: ECPO Media Center

O ideal é reservar cerca de 30 minutos por dia para se mexer mais. Não tem de ser necessariamente ir ao ginásio ou treinar. Mexermo-nos mais também pode incluir tarefas domésticas ou atividades de lazer. Ultrapassar o stress pode passar por criar hábitos saudáveis que ajudarão a gerir o peso através de uma maior atividade física.

#4 Meditar

A meditação ajuda-nos a focar no momento presente em vez de nos preocuparmos com o que poderá acontecer no futuro. Assim, meditar pode ser uma boa forma de relaxar e ajuda-nos a ter uma melhor consciência do nosso corpo.

Experimente exercícios de respiração ou ouvir música. Existem também várias aplicações de mindfulness e meditação especialmente concebidas para relaxar. Qualquer que seja a técnica ou ferramenta escolhida, o importante é conseguir uma maior tranquilidade e reorientar a atenção.

#5 Melhorar os hábitos de sono

O stress pode impactar a qualidade do nosso sono.<br>Fonte: ECPO media Center

Quando estamos sob stress é normal perder o sono, contudo, é importante dormir entre sente a nove horas por noite. Não só o sono (ou a falta dele) afeta o humor e concentração, como pode ainda desequilibrar as hormonas que afetam como e o que comemos… o que pode levar ao aumento de peso.

Para reduzir o stress e conseguir fazer escolhas alimentares mais saudáveis, procure manter bons hábitos de sono.

#6 Desassociar o ato de comer de “solução para o stress

Quando estamos a passar por momentos difíceis, tendemos a comer de forma menos saudável, mesmo que não seja esse o nosso objetivo. Podemos, por exemplo, comer mais ou recorrer a alimentos saborosos e ricos em calorias. Afinal, todos sabemos que a comida "gulosa" nos faz “sentir bem”!

Para algumas pessoas, fome emocional pode tornar-se, no entanto, um círculo vicioso. É necessário prestar atenção às nossas reações quando estamos stressados/as e tentar responder à situação recorrendo a soluções que não estejam associadas a comida. Experimentar substituir esse comportamento por algo que nos dê prazer, pode ser uma estratégia eficaz.

#7 Procurar apoio e ajudar quem precisa

Ligar para um amigo ou estar rodeado/a de familiares que nos apoiam pode ajudar. Vários estudos demonstram que prestar apoio social a outras pessoas pode ajudar não só quem recebe, mas também quem dá.

Procure contactar pessoas ou estabelecer novas ligações quando se sentir stressado/a.  Tente, por exemplo, fazer exercício ou estar ativo/a em conjunto com um amigo, colega ou familiar para relaxar mais. 

#8 Em caso de sintomas graves, peça a ajuda de um profissional

Lidar com o stress não é simples e as estratégias que sugerimos podem funcionar apenas para sintomas ligeiros. Procure ajuda profissional se os seus sintomas forem mais graves, como por exemplo:

  • Agressividade
  • Esquecimentos
  • Dores inexplicáveis
  • Problemas de sono
  • Ser menos sociável

Nestes casos, um profissional de saúde pode ajudar a encontrar mecanismos saudáveis.

Referências
  • Chao A, Grilo CM, White MA & Sinha R. Food cravings mediate the relationship between chronic stress and body mass index. Journal of Health Psychology 2015; 20(6):721-729.
  • Guyenet S. The hungry brain. Outsmarting the instincts that make us overeat. New York: Flatiron 2017.
  • Forman E & Butryn M. Effective Weight Loss: An Acceptance-Based Behavioral Approach - Treatments That Work (Workbook Ed.). New York: Oxford University Press 2016.
  • Fox KR. The influence of physical activity on mental well-being. Public health nutrition 1999; 2(3a):411-418.
  • The Harvard Gazette. Health & Medicine: With mindfulness, life’s in the moment: https://news.harvard.edu/gazette/story/2018/04/less-stress-clearer-thoughts-with-mindfulness-meditation/ [Accessed July 2019].
  • Spaeth AM & Dinges DF. Sleep and obesity. In: Thomas A Wadden & George A Bray (eds.). Handbook of Obesity Treatment. New York: Guilford Press 2018.
  • Sapolsky RM. Why zebras don’t get ulcers. The acclaimed guide to stress-related disease, and coping (3rd ed.) St. Martin’s Griffin 2004.

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